sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Que saudades do Boris!



Quando tinha seis anos, a mesma cabeça que sonhava em um dia ser médica, ser professora, ser mãe de família, também sonhava em ter um cachorro. Eu já sabia que não seria fácil a luta par colocar um ser cheio de pêlos e que fazia xixi por tudo, dentro de casa. A guerra ia começar e eu mal sabia onde ia dar.

No primeiro contato que tive com minha mãe sobre o assunto, ficou claro que se um dia isso acontecesse, seria contra a vontade dela. Conversei então com a minha avó, que se a princípio se preocupou com a sujeira e bagunça que se instalaria no terreno, a grama viraria uma buraqueira, a horta? Não existiria mais (a não ser que um muro fosse construído, para impedir a passagem do bichinho).

Sei que a única pessoa empolgada de fato com a história era eu mesma, perdida sem saber a quem recorrer. No meu pensamento só tinha uma coisa: queria um filhote de cachorro.

Numa manhã dessa mesma semana em que o cãozinho não saia da minha cabeça, lembrei que meu pai poderia me apoiar nessa história. Liguei correndo pra ele, e tcharam!!! Sim! Você pode ter um bicho de estimação! Que tal um passarinho!? Assim você pode ver como esses animais dão trabalho e repense a ideia de ter um cachorro.

Alguns dias se passaram, até eu chegar em casa com uma gaiola com um passarinho amarelo dentro cantando sem parar. É, foi complicado, eu não estava feliz, tinha em mãos um passarinho, não um cachorro.

Um ano após o período de adaptação com o pássaro amarelo (que por sinal chamava-se Yellow), voltei a pensar no cachorrinho. Ok, ninguém me aguentava mais pedindo um cachorro! GANHEI!

Lembro do sábado de manhã quando meu pai chegou me buscar para irmos até um pet shop conhecido buscar o tão sonhado cachorro!

Foi amor a primeira vista! Era ele, orelhas caídas, cor de caramelo, rabinho curto! Se chamaria Boris, e esse foi meu primeiro amor.

A cerca na horta foi construída, a grama virou calçada, alguns metros quadrados de pedrinhas se tornariam com o passar do tempo o banheiro do Boris. Sua casa, feita por um pedreiro contratado exclusivamente para as adaptações necessárias para que ele pudesse ficar em casa, foi construída em baixo da árvore, assim nos dias de sol ele teria sombra fresca para ficar. A cama foi feita por um marceneiro a pedidos da Dna. Helena, vó e melhor amiga do Boris.

Estava tudo pronto, e ele podia morar com a gente sem problemas. Vacinas em dia, ração boa, brinquedos, colchão, pratinho especiais pra não molhar as orelhas. Era um amor só.

Foram 11 anos de muita cumplicidade, carinho, amizade.
11 anos de Boris me esperando no portão, de Boris deitado ao lado da minha cama esperando eu acordar nas férias!


Em 2011 completa-se um ano que esse anjinho nos deixou, e por isso resolvi escrever esse texto pensando nele, e nas pessoas que tanto gostavam dele e que sentem muita sua falta. Onze anos é muito tempo!

Um comentário:

  1. que texto lindo! ele será para sempre nosso bicho de estimação, querido e amado! muita saudade mesmo!

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